quarta-feira, 14 de julho de 2010

Não aconselhavél a pessoas tristes


Aqui estou a olhar para uma folha de papel em branco (para um bocado de ecrã de computador em branco, que não é a mesma coisa, mas é o que se arranja) e a tentar ordenar os meus pensamentos... Às vezes acontece-me o mesmo com as emoções: ponho-me a olhar para um qualquer sitio, só para tentar ordenar aquilo que sinto! E por vezes estão bastante desordenadas, entre uma tristeza profunda por não saber dar a volta a algumas situações, até a profunda felicidade da vida partilhada com a pessoa que se ama! Desde a alegria de ver a vida tomar um rumo, até a preocupação e ao medo que volte a aparecer um abismo... Desde a segurança e a paz de saber que se luta e que só assim se pode ser feliz, até ao medo de poder trazer infelicidade aos outros... Acho que é disto que se faz a vida das pessoas comuns... Ontem não tinha sono (o calor faz-me destas coisas) e comecei a pensar nisto! A pensar num livro que li durante as férias (que era um policial, nada de muito erudito, mas um daqueles novos policiais bem escritos e verdadeiramente absorventes), que dizia que um individuo só podia saber o tamanho da sua coragem perante o tamanho do medo que dele se apoderava nas diferentes situações! Eu acho que é isso mesmo! Por isso venho aqui fazer a apologia do medo, com conta, peso e medida... Ou melhor, o Elogio da coragem, que nos faz derrotar o medo e a insegurança e nos faz andar para a frente, mesmo quando o caminho é difícil! E andar para a frente vale a pena! Fechar os olhos, obrigar a nossa boca a falar, as nossas pernas a andarem, o nosso coração a abrir-se é difícil, por vezes esgotante, mas compensa! Faz bem!

Eu tenho tido as mais diversas situações, onde posso testar isso mesmo! Há pouco tempo fui fazer guarda de honra num local, numa hora e numa situação triste, tive que me encher de coragem, sabia que ia ser difícil, e pensei em desistir (porque de repente me pareceu a saída mais fácil), senti-me sozinha e sem coragem! Mas depois pensei que tinha que o fazer, tinha que prestar aquela última homenagem a alguém que me ensinou muito, que me fez rir muitas vezes, que me deixou a pensar outras tantas! Confesso que manter-me ali não foi nada fácil, mas senti que fiz as minhas despedidas e que estava em paz! Sei que um dia vamos voltar a beber os nossos cafés, a ler o jornal e a comentar o horóscopo... Até lá, fica o amor que não deixa de existir por a pessoa estar fisicamente ausente, a minha coragem, os momentos que vivemos e a alegria de ter conhecido alguém tão especial!


Enfim, ainda não tinha feito este desabafo e hoje é um dia tão bom como outro qualquer!


Este post não era para ser assim, mas foi escrito com o coração e acho que por isso o vou deixar ficar! Está triste e um bocadinho confuso? É capaz... Eu não estou, porque a vida é feita de chegadas e partidas, de alegrias e de tristezas e eu gosto da vida!

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